aproveitando que travas e mulheres trans branquelas estão dizendo por ai que devemos alguma coisa para travestis que no passado foram "passáveis", quero dizer:
- desde quando o corpo feito por bombadeiras é assimilado pela sociedade brasileira como um "mulher cisgênera" ?
-não devo absolutamente nada à nenhuma gata que é confundida com mulher cis. Eu devo a minha vida à Lacraia, Cris Negão, Tibira, Xica Manicongo. Não devo nada ao delírio de cisgeneridade que algumas gatas desejam viver e vivem.
-"travestis passáveis;' não abriram a mim caminhos de sobrevivência com sua passabilidade, porque eu não sou nem quero ser lida socialmente como uma mulher cisgênera. Eu sou travesti. Quem abre caminho pra mim é aquem sobrevive não sendo confundida como uma mulher cisgênera.
-não chame de "dar close" a falta de acesso ou não desejo de querer ser cisgênera. A modificação corporal sempre acontece nas travestilidades. Nossa "desconformidade" ou "impassabilidade" não é de agora. Isso é ser travesti. Acorda!
Lembrar daquilo que esqueci, enquanto subo e desço a Fonte Grande (Vitória/ES, BR). Criar um mapa das fontes da Fonte Grande. É uma experiência estética de imersão que inicia-se em julho de 2018. É uma promessa que fiz pro meu avô, que descobri ser uma aposta que ele fez em mim. Subir e descer semanalmente a Fonte Grande durante o tempo que me for necessário viver.
quarta-feira, 29 de abril de 2020
terça-feira, 28 de abril de 2020
lembro de minha mãe ter dito que eu e lara nascemos invertidas. era pra eu ter nascido mulher e lara homem. essa imagem de lembrança é que que guardo com mais carinho de dela. me alimenta de coragem. faz pelo menos 10 anos que não vejo minha mãe em presencialmente, nem em sonhos. semana passada sonhei com ela, durante os ultimos dias de lua minguante ou primeiros dias de lua nova. sonhei que ela voltava com 40 anos, a idade que ela tem hoje, e me dizia: o que você queria? ou eu me prostituia ou ele me matava. Ai ela fugiu. ela desapareceu na vida real. eu eu fiquei com muita raiva no sonho, porque ela volta com aparência acabada. fico com raiva porque eu sempre desejei a imaginei em prosperidade. vivendo uma prosperidade...
segunda-feira, 27 de abril de 2020
Quando nós, travas macumbeiras, falamos de “hormonização natural”não estamos dizendo sobre experiências e expectativas de modificação corporal que muitas de nós suprimos com a hormonização feita com a ferramentas da industria farmacêutica
a hormonização natural/vegetal/sutil atua em nosso corpo espiritual/energético/sutil/invisível. Um corpo que coexiste com nosso corpo físico: aquele em que colocamos silicone, colamos o evra, aplicamos perlutã, temos trombose...
Hormonização natural é: benzimento, garrafada, tomar passe, fazer despacho, tirar cartas, jogar buzios, tomar tintura, chá, fazer guento, fazer pomada, fazer preceito, praticar meditação, acessar e expandi nossos chakras, deixar a alimentação mais saudável..
Veja, tudo isso a cisgeneridade sempre acessou para combater seus problemas de raça e gênero. por exemplo: casais cisgêneros que desejam ter filhos mas não conseguem (garrafadas e promessas para fertilidade), problemas de autoestima e segurança causado por um relacionamento abusivo... problemas com o luto pelo fim de um relacionamento ou morte de amores.
Para tais demandas existe a medicina, psicologia, poder judiciário... mas o que a cisgeneridade sempre fez foi equilibrar as ferramentas mundanas(estatais) com as espirituais, pois sabem que não há separação e sim uma sobreposição das camadas espirituais e carnais de nosso problemas.
então, com a hormonização natural propomos acessos à essa complexidade de nossas existências em Transmutação Travesti. Acessos que são autoconhecimento. Perceber como as fases da Lua influênciam em nosso tesão assim como sabemos que bloqueadores de testosterona também fazem isso...
Pois, se na macumba cultuamos nossas ancestrais, é porque acreditamos na integralidade dos tempos, dos elementos e dos corpos: nossas existências em forma espiralada.
Mas também sabemos que "homonização natural" é só uma forma limitada de dizer/escrever ( porque a palavra é sempre um limite) sobre nossos procesos de Cura Travesti.
Enfim, ouçam nossa conversa!
bjokas
a hormonização natural/vegetal/sutil atua em nosso corpo espiritual/energético/sutil/invisível. Um corpo que coexiste com nosso corpo físico: aquele em que colocamos silicone, colamos o evra, aplicamos perlutã, temos trombose...
Hormonização natural é: benzimento, garrafada, tomar passe, fazer despacho, tirar cartas, jogar buzios, tomar tintura, chá, fazer guento, fazer pomada, fazer preceito, praticar meditação, acessar e expandi nossos chakras, deixar a alimentação mais saudável..
Veja, tudo isso a cisgeneridade sempre acessou para combater seus problemas de raça e gênero. por exemplo: casais cisgêneros que desejam ter filhos mas não conseguem (garrafadas e promessas para fertilidade), problemas de autoestima e segurança causado por um relacionamento abusivo... problemas com o luto pelo fim de um relacionamento ou morte de amores.
Para tais demandas existe a medicina, psicologia, poder judiciário... mas o que a cisgeneridade sempre fez foi equilibrar as ferramentas mundanas(estatais) com as espirituais, pois sabem que não há separação e sim uma sobreposição das camadas espirituais e carnais de nosso problemas.
então, com a hormonização natural propomos acessos à essa complexidade de nossas existências em Transmutação Travesti. Acessos que são autoconhecimento. Perceber como as fases da Lua influênciam em nosso tesão assim como sabemos que bloqueadores de testosterona também fazem isso...
Pois, se na macumba cultuamos nossas ancestrais, é porque acreditamos na integralidade dos tempos, dos elementos e dos corpos: nossas existências em forma espiralada.
Mas também sabemos que "homonização natural" é só uma forma limitada de dizer/escrever ( porque a palavra é sempre um limite) sobre nossos procesos de Cura Travesti.
Enfim, ouçam nossa conversa!
bjokas
sexta-feira, 24 de abril de 2020
Quando virei benzedeira perguntei para um ogam: existe benzedeira travesti? Ai ele me ensinou sobre a inexistência da tradição. Estou pensando até agora sobre isso, porque até hoje dizem que eu não existo. Mas na ultima lua minguante, me senti velha e sonhei todos os dias sobre minha juventude que ainda não acabou. Tenho vinte três anos, e durante sete dias parece que revivi todos esses dias. Tive dificuldade para assumi que acordei, e me forçava a voltar a dormir, mesmo sabendo que nos sonhos eu não descansaria. Era pra eu ter usado o óleo essencial de bergamotta pra me ajudar a despertar, mas sempre me esquecia. Parecia que ao acordar eu me despedia ou me reencontrava com a morte. E essa dança foi se fazendo no meu corpo cansado, onde aqui o que mais havia era vontade de fim. Terminei um texto importante do mestrado. Antes de ser psicóloga e artista, fui uma criança que aprendeu a ler e escrever com muita facilidade. Hoje estou lendo aprendendo a ler a lua para escrever sobre o "Sagrado Feminino de Merda". Sou canceriana, criada por uma avô canceriana, junto com uma prima canceriana. Vazemos aniversários em 21, 24 e 26 de junho. Ai eu cresci ouvindo que minha avó tinha me criado como uma menina. Mas eles erraram, porque o que me tornei foi uma travesti. Então é isso. Durante a lua minguante, senti essa merda sendo jogada fora e virando adubo. Foi difícil, mas sinto que consegui adubar.
quinta-feira, 23 de abril de 2020
vovó Julite minha beija flor
me de noticias do meu amor
eu fui embora mas aqui estou
vovó julite, minha beija flor
vovó julite minha beija flor
trago noticias do nosso amor
fui pra são paulo, sei aonde estou
vovó julite, minha beija flor
Desde criança você me criou
hoje sou trava, ele transmutou
e o nosso laço nunca se findou
vovó julite, minha beija flor
me de noticias do meu amor
eu fui embora mas aqui estou
vovó julite, minha beija flor
vovó julite minha beija flor
trago noticias do nosso amor
fui pra são paulo, sei aonde estou
vovó julite, minha beija flor
Desde criança você me criou
hoje sou trava, ele transmutou
e o nosso laço nunca se findou
vovó julite, minha beija flor
segunda-feira, 20 de abril de 2020
é eu tenho achado varios meninos bonitos.
perdi o medo de ver beleza em outros homens que nao fosse meu namorido kkkk
eu tinha medo de me apaixonar... e acabei me apaixonando por outras belezas. e nao tem nada demais nisso kkkkk aiiii
kkkkk escrever isso me faz rir muito.
porque gente, o que perdi foi as coodernadas do amor romantico ne.
q merda!
mas precisei voltar e editar esse texto pra REAFIRMAR que meu pretinho é o homem com a beleza que mais amo nessa vida! kkkkkk merda!
perdi o medo de ver beleza em outros homens que nao fosse meu namorido kkkk
eu tinha medo de me apaixonar... e acabei me apaixonando por outras belezas. e nao tem nada demais nisso kkkkk aiiii
kkkkk escrever isso me faz rir muito.
porque gente, o que perdi foi as coodernadas do amor romantico ne.
q merda!
mas precisei voltar e editar esse texto pra REAFIRMAR que meu pretinho é o homem com a beleza que mais amo nessa vida! kkkkkk merda!
que modo de me sujar é esse?
ou, que modo de lidar com a sujeira é esse que me faz ter medo de sujar meu baralho? sujar de que sujeiras emocioanais.
é porque meu baralho é uma ferramente muito importante pra mim, que me acalma e nao quero contagiar ele com minha raiva. nao quero!
mas se ele me cura, ele me limpa e me suja de bons afetos e sentimentos..
que isso?
nao sei
sera que é sobre coragem de ser sujada pelo baralho?
ou, que modo de lidar com a sujeira é esse que me faz ter medo de sujar meu baralho? sujar de que sujeiras emocioanais.
é porque meu baralho é uma ferramente muito importante pra mim, que me acalma e nao quero contagiar ele com minha raiva. nao quero!
mas se ele me cura, ele me limpa e me suja de bons afetos e sentimentos..
que isso?
nao sei
sera que é sobre coragem de ser sujada pelo baralho?
quero escrever e ja estou escrevendo com meu meu terceiro peito ardendo. vou chamar essa area de terceiro peito, mesmo que também seja uma ferida que fica em carne viva quando ficou estressada e guardando stress. minha vó julite sempre fala isso mesmo, de guardar stresse. sei la...
por falar em minha avó, parei pra pensar sobre mim e meu amigos artistas que tanto valorizam nossos avós. passamos os ultimos anos afirmando a importancia de suas velhas palavras para consegui construir novos tempos. o novo tempo agora chegou. se anuncia. e se sinceramente se eu fosse avó eu estaria cansada de ajudar minhas netas. hahha
neste sentido, a dor do meu peito é de um corpo que esta em transmutação. estou transmutando e aprendendo a lidar com o sentimento de raiva, nao querendo transformar raiva em rancor... mas preciso acessar a raiva! mas é tao dificil acessar a raiva aqui em sao paulo, porque tenho medo de expludi e nao ter como catar meus cacos de vidro. e também ja nem sou um vidro transparente... ja quis ser ou ja me fizeram querer ter essa transparencia de ser visivel por todas. mas agora nao quero mais.
entendi que sou escura e contraditória. sou esse vidro que quando poca, deseja que... nao sei...
o que desejo com a raiva? esses dias sonhei que eu era um vulcão e que eu era harrt poter dentro de vulcão. e eu não estava com medo da raiva no sonho... conseguia controlar. o que fazia era deixar ela acontecer! mas como deixar? na vdd ela ja esta acontecendo... mas como lidar com a larva do vulcao que sou eu? tipo, se sou o vulcao eu mesma crio a lava e e a lava cria seu proprio caminho! é isso.... deixar a lava criar seu proprio caminho. mas como assim?
como seria isso?
amanha tenho psicologa e vou falar com ela sobre isso!
por falar em minha avó, parei pra pensar sobre mim e meu amigos artistas que tanto valorizam nossos avós. passamos os ultimos anos afirmando a importancia de suas velhas palavras para consegui construir novos tempos. o novo tempo agora chegou. se anuncia. e se sinceramente se eu fosse avó eu estaria cansada de ajudar minhas netas. hahha
neste sentido, a dor do meu peito é de um corpo que esta em transmutação. estou transmutando e aprendendo a lidar com o sentimento de raiva, nao querendo transformar raiva em rancor... mas preciso acessar a raiva! mas é tao dificil acessar a raiva aqui em sao paulo, porque tenho medo de expludi e nao ter como catar meus cacos de vidro. e também ja nem sou um vidro transparente... ja quis ser ou ja me fizeram querer ter essa transparencia de ser visivel por todas. mas agora nao quero mais.
entendi que sou escura e contraditória. sou esse vidro que quando poca, deseja que... nao sei...
o que desejo com a raiva? esses dias sonhei que eu era um vulcão e que eu era harrt poter dentro de vulcão. e eu não estava com medo da raiva no sonho... conseguia controlar. o que fazia era deixar ela acontecer! mas como deixar? na vdd ela ja esta acontecendo... mas como lidar com a larva do vulcao que sou eu? tipo, se sou o vulcao eu mesma crio a lava e e a lava cria seu proprio caminho! é isso.... deixar a lava criar seu proprio caminho. mas como assim?
como seria isso?
amanha tenho psicologa e vou falar com ela sobre isso!
sexta-feira, 17 de abril de 2020
[22:58, 17/04/2020] roger gill: A vermelhidão da tua carne é para mim como o roxo do espírito. Bruta é a água que jorra da tua fronte. Brando é o caos que sai da tua boca. Canta teu ponto e sobe dessa terra. Não. Fica. Eterniza teu corpo na carne da terra. Teu corpo é teu nome. Teu nome é a tua vida.
acabei de ver um video de uma amiga retinta que não encontro faz um tempo. hoje sou travesti, mas na época que eu a encontrei eu era outra coisa. nos encontramos pela cor, hoje travesti eu me sinto insegura em encontra-la.... talvez não de encontra-la mas de como sustentar o encontro. tenho tido isso com pessoas negras, percebido que minha travestilidade é um problema ou eu faço dela um problema. não sei até onde é minha insegurança e onde começa a travestifobia de minha negritude travesti. as vezes sei, mas agora não sei. agora e em outros momentos também. ai eu fico pensando em encontrar mais travestis pretas, mas encontra-las por ser travestis e negras não basta. enfim, me da vontade de acampar la na Torre da Fonte Grande e ficar la, vivendo o escuro e o silêncio da mata que nunca se cala. tenho vontade de levantar uma barraca, levar comida e agua, e passar a noite la. tenho vontade de ser 00:00 e eu estar acordada na escuridão, olhando para o céu e para os lados, sentindo medo e tesão. tenho essas vontades, de enfrentar meu medo do invisivel... da escuridão. tenho essa vontade de viver o medo e deixar ser tomada por ele até o medo ser incompativel com meu corpo.é essa minha vontade...
Local: Fonte Grande. Vitória, BR
São Paulo, SP, Brasil
quarta-feira, 15 de abril de 2020
sábado, 11 de abril de 2020
Enfiei um cristal Quartzo Rosa no cu e na piroca., porque agora sei como é possível redirecionar minha energia sexual para a Cura Travesti: é através do amor pela verdade, e é pela coragem que acessamos a ventania que mora em Anahatta; aquela que espanta o medo de mim quando percebo que já não sou mais a mesma.
...durante a 4º semana de quarentena no Brasil.
...durante a 4º semana de quarentena no Brasil.
se é tempo de minguá, por favor, tranforme meus pulmões de homo sapiens sapeiens em branqueas e guelras. quero ser peixe nesse momento, porque sei que agora o tempo se faz no fundo do mar. eu não sei nada como antes, e antes eu nadava com o medo e fome. hoje vocês me deram um banquete, e me fizeram gorda como a lua cheia. na lua cheia eu gozei um gozo que nunca tinha vivido antes, foi um gozo fruto de verdade. ou, a verdade fez de mim um fruto suculento como uma ameixa. Meu cu tem a cor da ameixas que namoro sempre que foi ao supermercado durante essa Quarentena. O virus Corona-19 é o menor dos meus problemas, não quero falar sobre ele porque se escrevo ja estou falando com ele. Esse virus ja esta organizando minha outra maneira de ver a vida. Então, volto e a dizer sobre o preenchimento que a coragem fez em meu corpo. enquanto o Mundo se acaba eu só penso em colocar peito. E a lua colocou em meu peito coragem. Preencheu-me de coragem, transformou meu corpo. Eu virei travesti quando entrei pra macumba. Não nasci travesti, mas a travestilidade pra mim é um modo de ser novamente um corpo que não tem medo de se transmutar... um corpo curioso. E a lua me deu coragem para continuar. Eu quero continuar, por isso ela me deu coragem, E eu tive essa coragem e fiz de mim uma matéria imunda e jamais limpida de prazer. meu prazer me imundou e inundou-me nesse mar. de repente eu me via ja em baixo da agua, e olhava pra cima sem medo ou ansiedade. eu olhava pra cima, via o sol descer e virar lua la em baixo. e continuava olhando para cima, adimiando a supercifie e me despedindo dela sem medo ou choro. porque eu quis descer até morrer. eu desejei morrer, para de respirar e renascer. quis virar peixe. agora sou uma seria dormindo em baixo do mar. nao sei qual lugar é esse... se estou na lua ou no mar. não sei mesmo. não sei. e será que me falta coragem para perguntar se nome? acho que não, o que percebo mesmo é uma preguiça de voltar para a superficie, por mim eu ficaria aqui pra sempre. mas sei que esse desejo também é uma projeção que obdece ao delirio da impermeabilidade da matéria. nao há essa posisbilidade, preciso continuar a transmutação. e é com o amor e a coragem. Acho que o amor é a coragem de ser contraditoria. Penso no amor como um vento. Sinto o amor como uma ventania que me toca me faz ter arrepios. Acredito no amor como um ventania que espanta o medo.
sábado, 4 de abril de 2020
demorei três dias para digerir essa informação que a mulher da mata me disse, e aqui estou tentando dizer sobre aquilo que meu corpo precisa de uma vida inteira para digerir e transformar. Ela me disse da onde eu sou pra pra onde devo ir. Me avisou que naquela noite eu dormiria feito lua e acordaria como o sol. Era 6h da manhã e eu já estava de pé, deita em cima da cama ta tentando digerir a verdade que me foi relevada e profetizada. Já não sou humana, já não sei como sentir prazer da carne numa separação entre corpo físico e espiritual. Meu prazer sexual transformou-se em conteúdo para meus rituais, aprendi que minha masturbação é um culto à morte e à lembrança. Eu pedi por isso, e a verdade chegou: sou macumbeira, virei mãe de santos e santas. Ser mãe de mim é viver com a condição de responsabilidade por saber da verdade que me possibilita continuar viva. Essa semana eu descobri a verdade: não sou humana, já não sinto como gabriel era. Virei uma travesti mandingueira. Sim, eu morri. Morri a morte bantu, e quando encontrei essa Ninã Blanca, dançamos aguarradinha, gritamos uma com a outra, choramos juntas, ela me acolheu e eu neguei, ela insistiu e eu insistir junto. Justas entendemos que o beijo ali seria outra coisa. Meu corpo se transformou, meu beijo faz feitiço, e o que devo fazer aqui agora que ja não sou mais a mesma? O que desejo aqui?
Sinto que preciso continuar alimentando o conteúdo que não há forma: os chakras superiores. Preciso alimentar esses mistérios que agora vejo com olhos abertos.
Foi dificio digerir as inormações que meus mentores espirituais me passaram, porque esses guias me apresentaram a verdade. Foi dificil porque não pude ir pra mata, não pude ir na praia, não pude ir na cachoeira. Aqui onde moro em São Paulo, não há nada disso por perto. A dificuldade está em perceber essa distancia, e criar uma proximidade... que tem sido feita no plano astral. Mas preciso das plantas, preciso do toque e do cheiro. Agora sinto o peso da distancia.. minha tia tati sempre dizia: só damos valor quando perdemos. Eu perdir a vergonha e o medo, por isso estou dando um valor imensurável à essas vidas vegetais e minerais que agora estão longe de mim. É dificil, ta sendo dificil. Sei em meu corpo há terra, fogo, ar e agua, mas quero senti-los como se apresentam fora de mim na mata e no mar.
Enfim, a yoga vai me ajudar a fazer morrer a saudades e entender que saudades não existe porque não há separação. Te amo.
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