se é tempo de minguá, por favor, tranforme meus pulmões de homo sapiens sapeiens em branqueas e guelras. quero ser peixe nesse momento, porque sei que agora o tempo se faz no fundo do mar. eu não sei nada como antes, e antes eu nadava com o medo e fome. hoje vocês me deram um banquete, e me fizeram gorda como a lua cheia. na lua cheia eu gozei um gozo que nunca tinha vivido antes, foi um gozo fruto de verdade. ou, a verdade fez de mim um fruto suculento como uma ameixa. Meu cu tem a cor da ameixas que namoro sempre que foi ao supermercado durante essa Quarentena. O virus Corona-19 é o menor dos meus problemas, não quero falar sobre ele porque se escrevo ja estou falando com ele. Esse virus ja esta organizando minha outra maneira de ver a vida. Então, volto e a dizer sobre o preenchimento que a coragem fez em meu corpo. enquanto o Mundo se acaba eu só penso em colocar peito. E a lua colocou em meu peito coragem. Preencheu-me de coragem, transformou meu corpo. Eu virei travesti quando entrei pra macumba. Não nasci travesti, mas a travestilidade pra mim é um modo de ser novamente um corpo que não tem medo de se transmutar... um corpo curioso. E a lua me deu coragem para continuar. Eu quero continuar, por isso ela me deu coragem, E eu tive essa coragem e fiz de mim uma matéria imunda e jamais limpida de prazer. meu prazer me imundou e inundou-me nesse mar. de repente eu me via ja em baixo da agua, e olhava pra cima sem medo ou ansiedade. eu olhava pra cima, via o sol descer e virar lua la em baixo. e continuava olhando para cima, adimiando a supercifie e me despedindo dela sem medo ou choro. porque eu quis descer até morrer. eu desejei morrer, para de respirar e renascer. quis virar peixe. agora sou uma seria dormindo em baixo do mar. nao sei qual lugar é esse... se estou na lua ou no mar. não sei mesmo. não sei. e será que me falta coragem para perguntar se nome? acho que não, o que percebo mesmo é uma preguiça de voltar para a superficie, por mim eu ficaria aqui pra sempre. mas sei que esse desejo também é uma projeção que obdece ao delirio da impermeabilidade da matéria. nao há essa posisbilidade, preciso continuar a transmutação. e é com o amor e a coragem. Acho que o amor é a coragem de ser contraditoria. Penso no amor como um vento. Sinto o amor como uma ventania que me toca me faz ter arrepios. Acredito no amor como um ventania que espanta o medo.
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