sábado, 4 de abril de 2020

demorei três dias para digerir essa informação que a mulher da mata me disse, e aqui estou tentando dizer sobre aquilo que meu corpo precisa de uma vida inteira para digerir e transformar. Ela me disse da onde eu sou pra pra onde devo ir. Me avisou que naquela noite eu dormiria feito lua e acordaria como o sol. Era 6h da manhã e eu já estava de pé, deita em cima da cama ta tentando digerir a verdade que me foi relevada e profetizada. Já não sou humana, já não sei como sentir prazer da carne numa separação entre corpo físico e espiritual. Meu prazer sexual transformou-se em conteúdo para meus rituais, aprendi que minha masturbação é um culto à morte e à lembrança. Eu pedi por isso, e a verdade chegou: sou macumbeira, virei mãe de santos e santas. Ser mãe de mim é viver com a condição de responsabilidade por saber da verdade que me possibilita continuar viva. Essa semana eu descobri a verdade: não sou humana, já não sinto como gabriel era. Virei uma travesti mandingueira. Sim, eu morri. Morri a morte bantu, e quando encontrei essa Ninã Blanca, dançamos aguarradinha, gritamos uma com a outra, choramos juntas, ela me acolheu e eu neguei, ela insistiu e eu insistir junto. Justas entendemos que o beijo ali seria outra coisa. Meu corpo se transformou, meu beijo faz feitiço, e o que devo fazer aqui agora que ja não sou mais a mesma? O que desejo aqui? 
Sinto que preciso continuar alimentando o conteúdo que não há forma: os chakras superiores. Preciso alimentar esses mistérios que agora vejo com olhos abertos. 
Foi dificio digerir as inormações que meus mentores espirituais me passaram, porque esses guias me apresentaram a verdade. Foi dificil porque não pude ir pra mata, não pude ir na praia, não pude ir na cachoeira. Aqui onde moro em São Paulo, não há nada disso por perto. A dificuldade está em perceber essa distancia, e criar uma proximidade... que tem sido feita no plano astral. Mas preciso das plantas, preciso do toque e do cheiro. Agora sinto o peso da distancia.. minha tia tati sempre dizia: só damos valor quando perdemos. Eu perdir a vergonha e o medo, por isso estou dando um valor imensurável à essas vidas vegetais e minerais que agora estão longe de mim. É dificil, ta sendo dificil. Sei em meu corpo há terra, fogo, ar e agua, mas quero senti-los como se apresentam fora de mim na mata e no mar. 
Enfim, a yoga vai me ajudar a fazer morrer a saudades e entender que saudades não existe porque não há separação. Te amo.   

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