Se a macumbaria preexiste ao Novo Mundo, e aqui persiste enquanto Memórias da Transfiguração, lembradas e cultuadas em nossas fisicalidades e arquiteturas. Se a macumbaria existe antes da fotografia, da televisão e da internet, então não há nela uma dependência aos veículos comunicacionais que sustentam a temporalidade linear, mas sim, existe uma relação acontecendo porque macumba é movimento feito em terras, mares, rios e céus amaldiçoados pela comunicação que nos anuncia a morte do esquecimento!
Macumba é movimento que gera energia e energia que gera movimento. Meu encontro virtual com minha amiga Ventura Profana alterou o campo energético de minha casa e nossa conexão invisível provou que a internet não é a nova roda mas sim incompetente em sua falsa promessa de dar visibilidade.
Porque, a invisibilidade de nossas conexões macumbeiras já nos era uma realidade tecnológica; não virtal, mas carnal. Quando nos comunicamos pelo olhar, e mesmo no escuro, no apagão, acessamos uma a outra e reafirmamos nossa persistência de continuarmos juntas. Afirmamos a incorporação uma da outra.
Se de fato somos espiritualizadas, nossa energia nunca será suportada pelo wifi.
Mas, isso é o nosso mistério. Porque ainda assim nos tornamos visíveis aos olhos da contemplação que pouco conseguem nos encontrar no apagão; e nem devem.
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