quarta-feira, 22 de maio de 2019

Tempo de cura é um tempo não-ocidental. E esse tempo é composto em coletividade e experienciado de modo singular. Tempo é história, e a história se faz em gestos, e gestos produzem histórias.
Quais tempos há em nossos gestos?
Quais gestos produz cura?
Como o corpo produziu para si um tempo de cura?
Tempo é movimentação. Oriki.  É movimento. E se tudo esta em udo, o que há no corpo que o possibilita a cura?
A cura é uma capacidade de manipular energia vital. Ou seja, vida. Ou seja, tempo. O que há no corpo de cura são vidas e temporalidades sendo manipuladas, equilibradas. A cura é uma produção de memórias, histórias.
Meu corpo é negro e bixa. Racializado e não-cisgenero. Tenho um caboclo que nos escolhemos antes de eu reencarnar.
A minha cura é um equilíbrio do meu tempo com o dele ( caboclo), que produz um tempo comum. O equilíbrio de nossas temporalidades produz um tempo como que é o tempo de cura.
O tempo de cura.
Não há possibilidade de cura, se não houver um respeito mutuo dessas vidas que compõe essa relação.
Caboclo tem um tempo espiritual, eu tenho um tempo carnal, marcado pela ocidentalidade.
O tempo de cura é um equilíbrio de temporalidades.
Não há porque o caboclo se incomodar com a minha sexualidade pois o caboclo é uma vida que esta num tempo que a sexualidade é compreendida de um modo que não é ocidental. A travestilidade e a bixalidade, e o racismo, não são experiencias que acontecem no mundo espiritual.
Para o avanço espirital acontecer, caboclos precisam nos ensinar que a vida é maior que nossas identidades. E para descolonizarmos, precisamos aprender o tempo que a macumba quer nos ensinar. Que é um tempo do corpo. E não da identidade. Essa é uma relação cosmogônica. É uma feitura de mundo. Qual mundo?

domingo, 19 de maio de 2019

ação "Descubra seu futuro", 2019: conversamos sobre nossos passados, enquanto olhamos antigos albuns de fotos de minha família. -

minha avó Julite foi nesse dia. Ela que criou esse acervo de fotografias analógicas. Pelos menos 50 anos de registros. Quando vejo as fotos, consigo presentificar um futuro de liberdade. Estou criando meu album de fotos agora. Descobri meu futuro tem sido lembrar meu passado. Quando lembro como voltar, consigo avançar. Se fui, voltei. Se voltei, nunca deixei de esta aqui.

Casa de Renato Santos. Durante o Quintal Bantu. 






domingo, 12 de maio de 2019

QUINTAL BANTU
Um acontecimento em reivindicação dos 484 anos de cultura bantu no Espirito Santo. 

Estamos propondo uma celebração às vidas negras. Estamos criando um diálogo num tempo de cura. Convidamos você a viver um conjunto de experiências estéticas, que são culinárias e musicais. Numa tarde de domingo, iremos nos encontrar no morro da Fonte Grande. E juntes, vamos construir estratégias de sobrevivência.  
Pedimos que tragam carne ou legumes

Artistas propositores: Castiel Vitorino Brasileiro, Natan Dias, Rafael Segatto.
Data 19 de maio, das 13h às 18h
Local: Casa de Renato Santos, Morro da Fonte Grande