terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Lembrar daquilo que esqueci, enquanto subo e desço a Fonte Grande . Criar um mapa das fontes da Fonte Grande.  É uma promessa que fiz pro meu avô Bininho, que descobri ser uma aposta que ele fez em mim. Subir e descer semanalmente a Fonte Grande durante o tempo que me for necessário viver. 

E talvez o que eu precise seja de coragem. Obrigada pela saudade. Pois estou correndo, correndo, correndo para muito longe e aqui cheguei. Eu sou a mensageira. Eu sou Castiel Vitorino Brasileiro. Eu sou filha do vento que venta no mar e que aqui espanta o meu medo da morte. Assim serei cultuada: como aquela que desejou morrer bem, morrer dormindo. Aquela que morreu, matou, sacrificou sua sanidade e gritou e girou e disse bem alto que: estou aqui de passagem, abandonarei vocês mas os terei comigo sempre que precisar voltar.  

E voltarei, serei parida na Boca da Mata quantas vezes nos for necessário. Não caibo nos desenhos que vocês chamam de números. Sou infinita. Sou efêmera. Sou agua com sede de fogo, sou fogaréu que queima hibisco e libera o cheiro que desentendemos. Em você eu sou a estrada, o desvio, o movimento. Em mim você é o sangue que derramarei para eu não esquecer que não serei estacionada pela sua mediocridade ou covardia.  

Serei novamente filha? Tenho sonhado muito com minha mãe, esse ano.... serei novamente filha? Serei mãe? 

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           

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