segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Hoje cedo eu arrenquei meu coração deste corpo que não o merece. Este corpo que o sobrecarregou, que extrapolou a capacidade de absorção e filttração de emoções desse orgão, que agora descança em meu colo.

Ao ser arrancado deste peito, meu coração sangrou lágrimas. Chorou sangue. Se fez carne suja de ressentimento e cansaço. Foi então que eu o levei para um banho de ervas. Usei arruda, guine, alfazema, malva e hortelã. Mas não foi suficiente.


Precisei abrir meu coração e o intupir de sal grosso. Ainda havia sujeita escondida em suas dobras interiores. O sal então as engoliu, revitalizando meu coração, mais o transformando em carne seca, rigida, protegida por uma grossa camada de aprendizado e medo de ser novamente judiado.


Agora eu o idrato com minhas lagrimas de audades e superação. Em meu colo, essa carne se molha de amor. Descança, e aos poucos se amolece novamente, para consegui voltar a este corpo que sobreviveiu a um amor que nao foi reciproco.


Nenhum comentário:

Postar um comentário