Lembrar daquilo que esqueci, enquanto subo e desço a Fonte Grande (Vitória/ES, BR). Criar um mapa das fontes da Fonte Grande. É uma experiência estética de imersão que inicia-se em julho de 2018. É uma promessa que fiz pro meu avô, que descobri ser uma aposta que ele fez em mim. Subir e descer semanalmente a Fonte Grande durante o tempo que me for necessário viver.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2019
A dor da morte é azul e a vida parece vermelha. Eu sou uma trava negra, mas quero ser roxa. Mistura morrer e viver, que é a transmutação. Transmutar é a conversão de um elemento químico a outro. E na umbanda, aprendi com caboclos e sereias sobre seus corpos híbridos de mar, terra e ar. Também estou trabalhando nas encruzas para continuar me transmutando, por isso torno-me contraditória na colonialidade. Sempre peço calma à Oxalá e inteligência aos marujos para viver a travestilidade sem ser refém dessa identidade, ai eles me ensinam que devo preparar meu corpo. Ficar de preceito na macumba é foda mas aprendo pra crlh. Então o que tenho feito é viver no tempo do meu corpo transmutado, e as vezes no tempo identitário quando preciso ganhar dinheiro para fazer aqué. Transmutar é isso: negociações entre morte e vida.
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