segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

A dor da morte é azul e a vida parece vermelha. Eu sou uma trava negra, mas quero ser roxa. Mistura morrer e viver, que é a transmutação. Transmutar é a conversão de um elemento químico a outro. E na umbanda, aprendi com caboclos e sereias sobre seus corpos híbridos de mar, terra e ar. Também estou trabalhando nas encruzas para continuar me transmutando, por isso torno-me contraditória na colonialidade. Sempre peço calma à Oxalá e inteligência aos marujos para viver a travestilidade sem ser refém dessa identidade, ai eles me ensinam que devo preparar meu corpo. Ficar de preceito na macumba é foda mas aprendo pra crlh. Então o que tenho feito é viver no tempo do meu corpo transmutado, e as vezes no tempo identitário quando preciso ganhar dinheiro para fazer aqué. Transmutar é isso: negociações entre morte e vida.