sábado, 2 de março de 2019

o trauma é brasileiro e a cura é Banto. e é pacífico la em baixo. não preciso falar ou rezar. foi porque eu mergulhei, e vi que é bem escura minha existência. é densa. sou negra, tenho varias cores, todas elas escuras. densas. meu trauma é brasileiro, pois foi brasileiro o nome escolhido por um alemão que batizou meu bisavô assim. brasileiro. inaugurou um novo trauma colonial na historia da minha família. e meu corpo, o que inaugura? e meu corpo negro, testiculado e feminino, o que inaugura nesta família brasileiro que é vitorino, loureiro e teixeira? 
não inaugurou a cura. atualizo um modo de cura que possibilitou minha existência. 
hoje o nomeio de clinica da efemeridade. e continuo sendo chamada de macumbeira, como minha tia nega foi, e era. somo duas macumbeiras. ou seja, despachamos a colonialidade que existe em nós sempre que incorporamos aquelas vidas que nos ensinam que a vida é água.  a vida é mutável, é diferença, é perecível. e a morta é inauguração de um outro modo de viver. quero viver continuando manipular a vitalidade que nos conecta. artista é medica. mediu é artista. psicóloga o que deve ser?sensível, corajosa e não preguiçoso. comprometida com o descarrego dos gestos ensinados pelas ficções racistas.


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